Giornale Roma - Israel planeja reabrir passagem de fronteira crucial para entrada de ajuda em Gaza

Israel planeja reabrir passagem de fronteira crucial para entrada de ajuda em Gaza
Israel planeja reabrir passagem de fronteira crucial para entrada de ajuda em Gaza / foto: STR - AFP

Israel planeja reabrir passagem de fronteira crucial para entrada de ajuda em Gaza

Israel planeja reabrir nesta quarta-feira (15) a passagem de Rafah, na fronteira entre Gaza e Egito, para permitir a entrada de ajuda humanitária em larga escala no território palestino, como estipula o acordo de cessar-fogo promovido pelos Estados Unidos após dois anos de guerra.

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A emissora de rádio e televisão pública KAN informou que a reabertura era iminente, apesar do atraso na entrega por parte do Hamas dos restos mortais dos reféns, medida que deveria ter sido concluída na segunda-feira.

A proposta de cessar-fogo concedeu ao movimento islamista palestino um prazo máximo de 72 horas a partir da entrada em vigor da trégua para a devolução de todos os reféns, vivos e mortos.

Em troca, Israel libertou na segunda-feira 1.968 detentos palestinos.

O Hamas libertou a tempo os 20 reféns que ainda estavam vivos, mas até o momento devolveu a Israel apenas oito dos 28 corpos previstos. Além disso, um dos cadáveres não corresponde ao de nenhum refém, afirmou o Exército israelense.

"O Hamas precisa fazer todos os esforços necessários para devolver os reféns falecidos", adverte um comunicado militar.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enfrenta crescentes pressões internas para que a ajuda a Gaza seja vinculada ao retorno dos corpos dos reféns.

O ministro da Segurança Nacional, o ultradireitista Itamar Ben Gvir, pediu o corte do fornecimento de ajuda a Gaza se Hamas não devolver os restos mortais dos soldados que permanecem no território palestino.

A ONU e várias ONGs importantes pedem há muito tempo a abertura da passagem de fronteira de Rafah, a única de Gaza com o exterior, diante da crise humanitária que assola a Faixa.

Após o início do conflito, desencadeado pelo ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, o Estado hebreu impôs um bloqueio total ao território, impedindo a entrada de produtos essenciais.

- "600 caminhões de ajuda" -

No final de agosto, a ONU declarou um cenário de fome em algumas áreas do território, uma classificação que Israel rejeita.

Com a liberação, "600 caminhões com ajuda humanitária serão enviados (na quarta-feira) à Faixa de Gaza pela ONU, organizações internacionais autorizadas, o setor privado e países doadores", informou a KAN em seu site.

A retomada da entrada de ajuda está incluída no plano de 20 pontos de Trump para Gaza.

Outro ponto é o desarmamento do Hamas, uma exigência rejeitada pelo grupo islamista, que governa Gaza desde 2007.

O movimento tenta reforçar atualmente seu controle sobre as cidades em ruínas do território, com uma campanha de repressão na qual executa supostos colaboradores de Israel.

O Hamas publicou um vídeo em seu canal oficial que mostra a execução na rua de oito supostos suspeitos, com os olhos vendados e ajoelhados. As imagens teriam sido gravadas na noite de segunda-feira.

Nas últimas horas também foram registrados confrontos armados entre diversas unidades de segurança do Hamas e outros grupos palestinos armados, incluindo alguns que teriam o apoio de Israel.

"Nossa mensagem é clara: não haverá lugar para os foragidos, nem para aqueles que ameaçam a segurança dos cidadãos", declarou à AFP uma fonte palestina em Gaza.

A polícia do governo do Hamas retomou as operações de patrulha nas ruas no norte do território.

"Depois que a guerra terminou e a polícia foi mobilizada nas ruas, começamos a nos sentir seguros", disse Abu Fadi Al-Banna, um morador de 34 anos em Deir al Balah, no centro de Gaza.

Israel e Estados Unidos insistem que o Hamas não pode ter nenhum papel em um futuro governo do território.

O plano de Trump estabelece que os membros do Hamas que aceitarem "entregar suas armas" serão anistiados.

"Se eles não se desarmarem, nós os desarmaremos. E isso acontecerá rapidamente e, talvez, violentamente", afirmou Trump na Casa Branca, um dia após visitar o Oriente Médio para celebrar o cessar-fogo em Gaza.

G.Bianchi--GdR