Dua Lipa seduz América Latina com samba, futebol e tacos
Ela sambou no Rio de Janeiro, torceu em um estádio de futebol argentino e desfrutou das delícias da gastronomia peruana: a britânica Dua Lipa conquistou a América Latina ao fazer suas as paixões e melodias dos países que visitou em sua turnê pela região.
Atraente, carismática e repleta de canções de sucesso, a cantora de origem albano-kosovar já tinha o público em suas mãos antes de chegar no início de novembro a Buenos Aires, onde começou a turnê. E já em terras latino-americanas, a fascinação foi total.
O deleite com que Dua explorou cada cidade marcou a turnê. No Rio de Janeiro, viveu como uma autêntica carioca: sambou com a Unidos de Vila Isabel, dançou forró em Botafogo e apreciou o famoso pôr do sol na praia de Ipanema, segundo suas publicações no Instagram.
Essa devoção foi recompensada com um documento de identidade brasileiro (simbólico) entregue pelo apresentador Luciano Huck, com o nome "Eduarda Felipa", como foi batizada por seus fãs brasileiros.
- "Eduarda Felipa" -
Em Buenos Aires, abraçou a grande paixão argentina: o futebol.
Foi à Bombonera, casa do clube Boca Juniors, para assistir ao superclássico contra o River Plate, vestida com a camisa da seleção 'Albiceleste'. Com a cantora no camarote, o Boca venceu por 2 a 0, em um jogo que muitos torcedores apelidaram nas redes sociais de "o dualipazo".
Peruanos e chilenos também celebraram o interesse de Dua por seus atrativos culturais. Em Lima, jantou em um dos restaurantes do chef Gastón Acurio, que levou a cozinha peruana ao cenário internacional, e no Maido, considerado o número um do mundo. Em Santiago, visitou a vinícola Concha y Toro, parada habitual da rota do vinho chileno.
"É uma das poucas artistas pop que demonstra tanto interesse em realmente conhecer a cultura dos lugares que visita e em se conectar assim com seus fãs", disse Sara Canto, engenheira mexicana de 34 anos, que assistiu a um dos shows vestindo um conjunto preto que, segundo relatou à AFP, costurou durante três semanas para esta noite especial.
Canto percorreu em dois ônibus e um avião os 900 quilômetros que separam Coahuila, o estado onde vive, da Cidade do México para chegar ao show.
Nesta capital, uma taqueria com seu nome, La Dua, foi aberta temporariamente na Cidade do México, onde seus fãs esperam vê-la chegar para provar os tacos nomeados como suas músicas, antes que sua turnê termine na sexta-feira.
- Romance musical -
Mas foi a música que consagrou o romance. Assim como fez em cerca de vinte cidades ao redor do mundo, Dua Lipa preparou para cada show uma versão de alguma canção popular do país.
Em Buenos Aires, interpretou músicas dos lendários Soda Stereo e dos eletrônicos Miranda!. No Chile, as músicas escolhidas foram de Mon Laferte e La Ley.
A aposta aumentou no Brasil ao convidar Carlinhos Brown e Caetano Veloso para seu show em São Paulo, onde interpretaram os clássicos "Magalenha" e "Margarida Perfumada", enquanto no Rio ela cantou a emblemática "Mas que nada" de Jorge Ben.
Em Bogotá, encantou com uma versão de "Antología" de Shakira. No Peru, escolheu "Cariñito", em dueto com Mauricio Mesones, e agitou os 30.000 espectadores em Lima.
No México, onde ainda resta um show dos três programados, ela interpretou na segunda-feira o bolero "Bésame mucho", enquanto na terça surpreendeu com "Oye mi amor" de Maná, junto ao vocalista da banda, Fher Olvera.
"É muito bom que ela cante em espanhol, é uma demonstração de respeito", disse José Santos, contador de 61 anos que foi ao show com seus filhos.
Para o analista de mídia mexicano Mauricio Cabrera, o sucesso de artistas como Dua Lipa reside em conseguir impactos que vão "além de suas apresentações" e os transformem "em fenômenos culturais", escreveu em sua plataforma Story Baker.
G.Lombardi--GdR