Giornale Roma - Equador faz primeiras transferências para megaprisão após massacre

Equador faz primeiras transferências para megaprisão após massacre
Equador faz primeiras transferências para megaprisão após massacre / foto: Handout - X account @DanielNoboaOk/AFP

Equador faz primeiras transferências para megaprisão após massacre

O presidente do Equador, Daniel Noboa, apresentou nesta segunda-feira (10) os primeiros 300 presos que vão ocupar a nova megaprisão de alta segurança do país, após a ocorrência de um massacre em um presídio.

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Imagens divulgadas no X pelo presidente mostram cerca de 20 detentos sentados no chão, algemados e olhando para baixo, vigiados por militares com o rosto coberto. Entre os presos transferidos está o ex-vice-presidente Jorge Glas (2013-2017), que tem três condenações por corrupção e diz ser vítima de perseguição política.

"Bem-vindo ao novo lar. Outros criminosos chegarão em breve", ironizou Noboa no X, juntamente com fotos de Glas, que foi companheiro de chapa do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017) e de seu sucessor Lenín Moreno (2017-2021).

O chamado presídio de El Encuentro, com capacidade para 800 pessoas, é uma das duas megaprisões que Noboa prometeu construir nos moldes do colega salvadorenho Nayib Bukele, em meio à sua ofensiva contra o narcotráfico.

A advogada de Glas, Sonia Vera, denunciou no X o que descreveu como "ato de humilhação institucional cometido" por Noboa. Ela condenou a divulgação de imagens de Glas "acompanhadas de expressões de escárnio", e ressaltou que a Corte Interamericana de Direitos Humanos concedeu medidas provisórias em favor do ex-vice-presidente para proteger sua saúde.

"O crime quis desafiar o Equador e iniciar sua campanha. Hoje, o país respondeu com ações", manifestou Noboa mais cedo, ao anunciar a transferências de 300 reclusos. Em uma segunda mensagem, o presidente divulgou uma foto que mostra mechas de cabelo no chão e a legenda "Presídio de El Encuentro, 10 de novembro de 2025".

"Agora vai começar a choradeira...", acrescentou Noboa, criticado por organizações de direitos humanos que denunciam abusos das forças de segurança em meio à política linha-dura do governo e aos sucessivos estados de exceção.

As cadeias equatorianas são centros de operações e confrontos entre facções dedicadas ao narcotráfico.

O mais recente massacre em um presídio ocorreu no fim de semana, no sudoeste do país, na prisão de Machala, província de El Oro. A chacina deixou 31 presos mortos, elevando para mais de 500 o número de mortos nas penitenciárias do país desde 2021.

A transferência ocorre às vésperas do referendo promovido por Noboa para permitir novamente a instalação de bases militares estrangeiras em território equatoriano.

O órgão estatal responsável pelas prisões (Snai) atribuiu os confrontos a "uma reorganização" de alguns detentos "na nova prisão de segurança máxima". "A festa acabou para eles", afirmou em entrevista o ministro do Interior, John Reimberg.

S.Rinaldi--GdR