

Trump ordena mobilização da Guarda Nacional no combate ao crime em Washington
O presidente americano, Donald Trump anunciou, nesta segunda-feira (11), que as autoridades federais assumirão o controle da segurança da capital dos Estados Unidos e mobilizarão a Guarda Nacional para "limpá-la" do crime das "gangues violentas".
Embora os números oficiais mostrem uma redução nos crimes violentos em Washington, os republicanos afirmam que esta cidade governada pelos democratas tem altos índices de criminalidade e de pessoas sem teto.
Uma situação que Trump planeja combater com medidas drásticas como as aplicadas contra a imigração ilegal na fronteira com o México ou os manifestantes que protestaram em junho em Los Angeles contra as operações das autoridades migratórias.
"Hoje é o Dia da Libertação em Washington D.C. e vamos recuperar nossa capital", prometeu Trump em uma coletiva de imprensa na Casa Branca.
- Comparação com a América Latina -
O presidente republicano, de 79 anos, também comparou a situação na capital com a de "alguns dos locais considerados os piores do mundo" em termos de insegurança.
O republicano citou várias capitais latino-americanas, como Cidade do Panamá, Brasília, San José, Bogotá, Cidade do México ou Lima.
"Você quer viver em lugares assim? Acho que não. Acho que não", disse em uma sala cheia de jornalistas.
Trump anunciou a mobilização inicial de 800 efetivos da Guarda Nacional, uma força de reserva, "para ajudar a restabelecer a ordem pública em Washington" e "se necessário" mobilizará os militares.
Ele ameaçou estender a iniciativa para além de Washington D.C., onde decretou estado de emergência.
"Começamos com muita força em Washington D.C. e vamos limpá-la rapidamente, muito rapidamente", disse.
Na visão dele, a polícia e os promotores não são suficientemente rigorosos no combate ao crime na capital federal onde, segundo o governo do ex-presidente, o democrata Joe Biden, os crimes violentos caíram em 2024 ao seu menor nível em mais de 30 anos.
O republicano também promete expulsar os sem-teto.
Segundo o Departamento de Habitação, em 2024 Washington estava entre as 15 cidades americanas com maior número de pessoas sem teto: 5.600 registradas.
- "Aspirante a rei" -
Trump estava acompanhado de parte de seu gabinete, incluindo o chefe do Pentágono, Pete Hegseth.
"Seguindo suas instruções, esta manhã mobilizamos a Guarda Nacional de Washington D.C.", que irá para as ruas "na próxima semana", disse o secretário de Defesa. Ele afirmou que estão preparados para recorrer a "unidades especializadas".
Em nota, o líder da minoria democrata na Câmara de Representantes, Hakeem Jeffries, criticou duramente a decisão de Trump.
"A administração Trump tem infringido a lei e violado a Constituição sistematicamente para impulsionar a agenda pessoal e política de um aspirante a rei", criticou, chamando o presidente e os republicanos de "covardes".
- "Um espetáculo" -
Dezenas de pessoas se reuniram em frente à Casa Branca para condenar a política de Trump para Washington D.C., um distrito federal sob controle direto do Congresso.
"Trump deve ir embora já", lia-se em algumas faixas.
"DC diz liberdade, não fascismo", escreveu em um cartaz Elizabeth Critchley, uma aposentada de 62 anos sobre esta cidade que, apesar de não ser um estado, desde 1973 pode eleger um conselho municipal.
"Não há nenhuma necessidade da Guarda Nacional aqui. Não houve na Califórnia. Tudo é um espetáculo. É apenas um grande teatro", opinou Critchley.
F.Piras--GdR