Giornale Roma - Câmara de Representantes vota pelo fim do 'shutdown' mais longo da história dos EUA

Câmara de Representantes vota pelo fim do 'shutdown' mais longo da história dos EUA
Câmara de Representantes vota pelo fim do 'shutdown' mais longo da história dos EUA / foto: Charly Triballeau - AFP

Câmara de Representantes vota pelo fim do 'shutdown' mais longo da história dos EUA

A paralisação governamental ('shutdown') mais longa da história dos Estados Unidos se encaminhava, nesta quarta-feira (12), para um provável fim na Câmara de Representantes, onde a maioria republicana conseguiu se esquivar das demandas mais exigentes dos democratas.

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Os republicanos têm uma maioria muito apertada no Congresso, mas o partido tem demonstrado até o momento maior disciplina de voto em ambas as câmaras. Os democratas, ao contrário, parecem divididos entre uma liderança que quer manter a queda de braço com o governo e certos legisladores moderados que já romperam fileiras e chegaram a um acordo sob certas condições.

- Debate sobre a saúde -

Após seis semanas de bloqueio, o Senado votou na segunda-feira a favor do fim do fechamento, graças à participação de oito democratas e à oposição de apenas um republicano.

Os esforços dos democratas para tentar reabrir a grande discussão sobre os subsídios para a cobertura de saúde acabaram frustrados.

O Senado votou por reenviar à Câmara dos Representantes um texto que não se compromete em nada nesta frente.

Os republicanos se limitaram a prometer um debate separado, a curto prazo, sobre os auxílios para milhões de americanos pagarem sua cobertura de saúde.

O comitê de Regras da Câmara dos Representantes anunciou, nesta quarta-feira, que já aprovou por oito votos a favor e quatro contra a lei para reabrir o governo, o que indica que sua aprovação definitiva é provável no plenário.

"Vamos reabrir nosso país, que nunca deveria ter fechado", comemorou o presidente Donald Trump.

Seus aliados no Congresso, o presidente da Câmara de Representantes, Mike Johnson, e o líder da maioria no Senado, John Thune, demonstraram firmeza ao longo de semanas de enorme pressão, que incluiu cancelamentos de voos em todo o país devido à falta de controladores aéreos, que não receberam salário durante quase dois meses.

O presidente americano assegurou que a Câmara está pronta para prolongar os gastos públicos até janeiro. "Somente aqueles que odeiam nosso país querem vê-lo fechado", declarou à emissora ESPN.

"É muito triste. Fecharam o governo por mais de 40 dias, e para que?", acrescentou o chefe da bancada republicana na Câmara, Tom Emmer.

- Nervosismo dos democratas -

"A assistência médica das pessoas neste país está prestes a se tornar impagável", afirmou Jeffries.

A polêmica reside no "Obamacare", a reforma de saúde aprovada durante a presidência do democrata Barack Obama, que representava uma primeira tentativa de introduzir uma cobertura de saúde pública universal em todo o país.

Esta cobertura, que a Suprema Corte determinou que não podia ser obrigatória, tem subsistido graças aos créditos fiscais aprovados pelos democratas.

Diante da crise da pandemia do coronavírus, o democrata Joe Biden estendeu em 2022 uma série de subsídios para ajudar milhões de americanos a pagar esta cobertura. O prazo dos auxílios expira no final do ano, o que pode fazer com que os valores subam consideravelmente.

Os republicanos argumentam que estes subsídios deveriam ajudar apenas as classes mais desfavorecidas e não serem estendidos de forma indiscriminada.

Durante os acalorados debates sobre o 'shutdown' do governo, os republicanos também acusaram os democratas de querer beneficiar milhões de imigrantes sem documentos.

As pesquisas mostraram que a maioria da população atribuía a Trump e aos republicanos a responsabilidade pelo fechamento, já que eles dominam a Casa Branca e o Congresso. Mas sua unidade permaneceu quase sem fissuras, enquanto a indignação crescia na opinião pública.

O nervosismo acabou pesando mais nas fileiras democratas, que há apenas uma semana comemoravam uma série de vitórias em seus redutos eleitorais, incluindo a eleição de Zohran Mamdani, um candidato que se autodeclara socialista, para comandar a Prefeitura de Nova York.

A renovação geracional acelera neste partido. A veterana líder na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, anunciou sua aposentadoria na semana passada, e Schumer aparece cada vez mais questionado no Senado.

P.Sartori--GdR