Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF condenado por trama golpista, é detido e expulso do Paraguai
O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi detido na madrugada desta sexta-feira (26) no Paraguai e expulso do país, confirmaram à AFP uma fontes policiais. Ele cumpria prisão domiciliar por participar da tentativa de golpe de Estado liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em 16 de dezembro, Vasques foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 24 anos e seis meses de prisão por cumplicidade na tentativa de golpe de Estado de Bolsonaro contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Um oficial paraguaio confirmou a entrega de Vasques às autoridades brasileiras após sua captura na madrugada desta sexta.
"Já foi feita a expulsão", disse à AFP o subcomissário Favio Santa Cruz, da delegação paraguaia do Comando Tripartite que atua na tríplice fronteira de Brasil, Argentina e Paraguai.
A entrega ocorreu na localidade fronteiriça de Ciudad del Este, 330 km a leste de Assunção e vizinha à brasileira Foz de Iguaçu, detalhou a imprensa local.
Vasques cumpria prisão domiciliar em Santa Catarina e era autorizado a sair de casa durante o dia usando tornozeleira eletrônica. Diante de sua tentativa frustrada de fuga, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, ordenou, nesta sexta-feira, sua "prisão preventiva".
Segundo relatos da imprensa, Vasques, de 50 anos, rompeu a tornozeleira eletrônica que o monitorava e cruzou de carro a fronteira com o Paraguai. A Polícia Federal detectou, na quinta-feira, "ausência de sinal de GPS" no dispositivo, segundo um documento judicial.
A detenção de Vasques ocorreu no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, próximo a Assunção, quando tentava embarcar em um voo com destino a El Salvador com documentação falsa.
As autoridades brasileiras haviam emitido avisos ao Paraguai e a outros países vizinhos, como Colômbia e Argentina.
Segundo a decisão de Moraes, investigações policiais determinaram que Vasques deixou sua casa na noite de quarta-feira em um carro registrado no nome de uma empresa de aluguel de veículos. Ele levou seu cão na tentativa de fuga.
O STF condenou Bolsonaro e muitos de seus ex-colaboradores, entre eles Vasques, por conspirar para permanecer no poder após perder as eleições para Lula. O ex-presidente (2019-2022), de 70 anos, foi sentenciado a 27 anos de prisão.
Bolsonaro passou vários meses em prisão domiciliar. No fim de novembro, foi detido na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, após tentar violar a tornozeleira eletrônica com uma solda.
A trama golpista fracassou por falta de apoio de altos comandos militares. Bolsonaro alega inocência e diz ser "perseguido" pelo Supremo Tribunal Federal.
Outro ex-funcionário público processado neste caso é o ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, foragido nos Estados Unidos.
L.Pagani--GdR