Giornale Roma - María Corina Machado sofreu fratura vertebral em sua conturbada saída da Venezuela

María Corina Machado sofreu fratura vertebral em sua conturbada saída da Venezuela
María Corina Machado sofreu fratura vertebral em sua conturbada saída da Venezuela / foto: Odd Andersen - AFP

María Corina Machado sofreu fratura vertebral em sua conturbada saída da Venezuela

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, sofreu uma fratura vertebral após deixar a Venezuela na semana passada, anunciou sua porta-voz nesta segunda-feira (15).

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"A fratura vertebral está confirmada", afirmou Claudia Macero, referindo-se a um artigo publicado no jornal norueguês Aftenposten.

"Por ora, nenhuma outra informação será divulgada além do que consta no artigo", acrescentou. Segundo o jornal, a fratura ocorreu enquanto ela era transportada em um pequeno barco de pesca, com o mar agitado.

A lesão foi diagnosticada no hospital universitário Ullevål, em Oslo, segundo o jornal Aftenposten.

A líder da oposição, de 58 anos, chegou a Oslo na madrugada de quinta-feira, tarde demais para comparecer à cerimônia de entrega do prêmio, que foi recebido por sua filha, Ana Corina Sosa. Desde que chegou à Noruega, ela havia manifestado repetidamente o desejo de consultar um médico, sem explicar o motivo.

A fratura não a impediu de passar por cima de uma barreira para cumprimentar seus apoiadores na capital norueguesa, em sua primeira aparição pública no país nórdico.

Correndo o risco de ser declarada foragida em seu país, onde vivia escondida, Machado deixou a Venezuela em circunstâncias que mantém em segredo.

Segundo Bryan Stern, ex-soldado americano que fundou uma empresa para ajudar estrangeiros a escapar de áreas perigosas, sua saída do país sul-americano foi possível graças a uma operação complexa apelidada de "Dinamite Dourada".

Segundo Stern, Machado deixou Caracas disfarçada e usando uma peruca, rumo a uma praia no norte do país.

Ao chegar à praia, o barco em que deveria escapar — uma velha embarcação de pesca escolhida para não levantar suspeitas nem se expor aos bombardeios americanos no Mar do Caribe contra embarcações que, segundo Washington, transportam drogas — estava avariado.

Por fim, conseguiu embarcar, mas o GPS não funcionava. Entorpecida de frio e encharcada, foi transferida para outro barco, onde Bryan Stern a aguardava.

A bordo desse barco, chegou a Curaçao, de onde pegou um avião particular para Oslo, com escala nos Estados Unidos.

"Houve momentos em que senti que minha vida corria um risco real, e também foi um momento muito espiritual porque, no fim, simplesmente senti que estava nas mãos de Deus", declarou Machado na sexta-feira em Oslo.

S.Esposito--GdR