Giornale Roma - Premiê em fim de mandato do Iraque reivindica vitória de sua coalizão nas eleições parlamentares

Premiê em fim de mandato do Iraque reivindica vitória de sua coalizão nas eleições parlamentares
Premiê em fim de mandato do Iraque reivindica vitória de sua coalizão nas eleições parlamentares / foto: AHMAD AL-RUBAYE - AFP

Premiê em fim de mandato do Iraque reivindica vitória de sua coalizão nas eleições parlamentares

O primeiro-ministro em fim de mandato do Iraque, o xiita Mohamed Shia al Sudani, reivindicou nesta quarta-feira (12) que sua coalizão venceu as eleições parlamentares, depois que os resultados preliminares mostraram que ele tem uma vantagem decisiva.

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Durante a tarde, os primeiros resultados divulgados pela Comissão Eleitoral mostraram que a coalizão de Sudani foi a mais votada nas eleições realizadas na terça-feira, com cerca de 1,3 milhão de votos — uma vantagem de 217.500 em relação à segunda formação mais votada.

Os apoiadores de Sudani se reuniram na Praça Tahrir, em Bagdá, com fogos de artifício e música, constatou a AFP.

O político classificou os resultados como uma vitória para todos os iraquianos e afirmou: "Parabenizamos vocês pela vitória de sua coalizão, que conquistou o primeiro lugar nas eleições parlamentares."

Sudani declarou na rede X que sua coalizão "Reconstrução e Desenvolvimento" ficou em primeiro lugar e expressou "seu profundo agradecimento ao povo iraquiano pelo apoio".

Os iraquianos foram às urnas na terça-feira após um período de estabilidade incomum nos últimos anos, enquanto o país tenta superar décadas de guerra e repressão sob o regime de Saddam Hussein e os estragos da invasão liderada pelos Estados Unidos que o derrubou.

No entanto, esse país de 46 milhões de habitantes sofre com infraestrutura e serviços públicos deficientes, além de corrupção endêmica.

Além disso, o Iraque enfrenta a difícil tarefa de manter um equilíbrio entre seus diferentes aliados, países tão distintos quanto o vizinho Irã e os Estados Unidos.

Essa tarefa se complica em um contexto em que essas alianças foram abaladas por um ano turbulento no Oriente Médio.

A taxa de participação foi de 55% do eleitorado - uma surpresa, já que muitos observadores temiam uma presença muito baixa após o chamado ao boicote feito pelo influente clérigo xiita Muqtada al Sadr. Nas eleições de 2021, a participação havia sido de 41%.

As autoridades já publicaram a contagem de votos por província, mas ainda não anunciaram quantas cadeiras cada formação obteve.

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Uma pessoa próxima a Sudani declarou à AFP, antes da divulgação dos resultados, que sua coalizão caminhava para uma "vitória importante".

Outras duas fontes estimaram que o bloco do primeiro-ministro em fim de mandato é a maior força, com cerca de 50 das 329 cadeiras.

Quando os resultados forem confirmados, os legisladores iniciarão as negociações para nomear um primeiro-ministro, o que pode durar meses.

Por convenção, desde a invasão americana de 2003, um xiita ocupa o cargo de primeiro-ministro no Iraque, um sunita preside o Parlamento e a presidência, em grande parte cerimonial, é exercida por um curdo.

Como é praticamente impossível que uma única formação obtenha maioria absoluta, quem ocupar o cargo dependerá da coalizão que conseguir reunir alianças suficientes após as eleições para formar um governo.

Sudani chegou ao poder em 2022 graças a uma aliança governante de partidos e facções xiitas ligados ao vizinho Irã. Durante a campanha, o dirigente destacou o "sucesso" de sua gestão em manter o Iraque relativamente imune à instabilidade no Oriente Médio.

A.Rossi--GdR