Giornale Roma - Trump anuncia encontro com Putin em Budapeste após ligação na qual houve 'grandes progressos'

Trump anuncia encontro com Putin em Budapeste após ligação na qual houve 'grandes progressos'
Trump anuncia encontro com Putin em Budapeste após ligação na qual houve 'grandes progressos' / foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS - AFP/Arquivos

Trump anuncia encontro com Putin em Budapeste após ligação na qual houve 'grandes progressos'

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (16) que se reunirá com seu par russo, Vladimir Putin, em Budapeste, sem especificar a data, após uma conversa por telefone durante a qual "foram feitos grandes progressos".

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O presidente americano fez o anúncio em sua rede Truth Social, na véspera de um encontro com seu colega ucraniano, Volodimir Zelensky, que chega a Washington com a esperança de obter mísseis Tomahawk, apesar das ameaças de Moscou.

O Kremlin confirmou a conversa telefônica "de quase duas horas e meia" e a organização de uma cúpula entre os dois mandatários.

"Foi uma conversa muito substancial e, ao mesmo tempo, extremamente franca e repleta de confiança", acrescentou a Presidência russa, antes de anunciar que a ligação foi uma iniciativa da Rússia.

Trump detalhou: "Na próxima semana será realizada uma reunião de nossos principais assessores."

"As primeiras reuniões serão lideradas pelo secretário de Estado, Marco Rubio, pelos Estados Unidos", em um local ainda a ser definido, escreveu o mandatário republicano.

"Depois, o presidente Putin e eu nos reuniremos em um local já acordado, Budapeste, na Hungria, para ver se conseguimos pôr fim a esta guerra 'sem glória' entre Rússia e Ucrânia", acrescentou o presidente republicano.

O encontro "é uma grande notícia para os amantes da paz", celebrou o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, na rede X.

O último encontro entre ambos os presidentes remonta a 15 de agosto, em uma base militar no Alasca. Essa cúpula não resultou em nenhuma perspectiva concreta de resolução do conflito iniciado em fevereiro de 2022 com a invasão russa.

- Mísseis Tomahawk -

Os mísseis americanos Tomahawk permitiriam à Ucrânia atacar profundamente o território russo, e Moscou já advertiu que o envio dessas armas a Kiev constituiria uma "escalada".

Enquanto a Rússia multiplica os ataques contra infraestruturas energéticas na Ucrânia, os mísseis Tomahawk serão o "tema principal" do encontro com Donald Trump na sexta-feira, disse nesta quinta-feira à AFP um alto funcionário ucraniano.

Ele também mencionou os sistemas de defesa antiaérea Patriot, diante do temor dos ucranianos de enfrentar o inverno sem luz nem aquecimento.

Até agora, o presidente americano tem mantido em suspenso suas intenções.

"A Ucrânia quer passar ao ataque, vou tomar uma decisão sobre isso", declarou na quarta-feira.

A embaixadora ucraniana em Washington, Olga Stefanishina, denunciou que a Rússia "escolheu os mísseis em vez do diálogo".

Vladimir Putin, por sua vez, advertiu que a entrega desses mísseis afetaria as relações entre Washington e Moscou.

- Ataques russos -

Durante a noite de quarta para quinta-feira, a Rússia lançou uma série de 320 drones e 37 mísseis, segundo a força aérea ucraniana, que afirmou ter abatido 283 drones e cinco mísseis.

Para enfrentar esses ataques em massa, os ucranianos querem reforçar a eficácia de suas defesas antiaéreas.

O encontro entre Trump e Zelensky poderá esclarecer o rumo a ser tomado pelo volúvel presidente americano.

Recentemente, ele havia afirmado, para surpresa geral, que a Ucrânia poderia vencer o conflito, elogiando a resistência demonstrada desde a invasão russa de fevereiro de 2022.

Mas alguns observadores consideram que esses elogios poderiam refletir a intenção de Trump de se afastar do conflito e deixá-lo seguir seu curso.

O líder republicano, que costuma se orgulhar de ter mantido sempre uma excelente relação com o presidente russo, mudou ligeiramente de tom nos últimos tempos ao declarar-se "muito decepcionado" com Putin.

No entanto, não exerceu pressão significativa sobre a Rússia desde seu retorno ao poder.

"Vladimir Putin simplesmente não quer pôr fim a esta guerra", afirmou Trump na terça-feira.

L.Moretti--GdR