Giornale Roma - Trump se reunirá com Putin em 15 de agosto e menciona "troca de territórios"

Trump se reunirá com Putin em 15 de agosto e menciona "troca de territórios"
Trump se reunirá com Putin em 15 de agosto e menciona "troca de territórios" / foto: Ilya PITALEV, Sarah Meyssonnier - SPUTNIK/AFP/Arquivos

Trump se reunirá com Putin em 15 de agosto e menciona "troca de territórios"

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que se reunirá com seu homólogo russo, Vladimir Putin, no dia 15 de agosto, no Alasca, como parte de seus esforços de mediação para pôr fim à guerra na Ucrânia, que, segundo ele, incluirá uma "troca de territórios".

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A ofensiva em grande escala da Rússia contra a Ucrânia, lançada em fevereiro de 2022, já deixou dezenas de milhares de mortos e grandes destruições. Após mais de três anos de combates, as posições de Kiev e Moscou parecem irreconciliáveis até o momento.

"A tão esperada reunião entre eu, como presidente dos Estados Unidos, e o presidente Vladimir Putin, da Rússia, acontecerá na próxima sexta-feira, 15 de agosto de 2025, no grande estado do Alasca", escreveu Trump nesta sexta-feira (8) em sua plataforma Truth Social.

Trump, que prometeu em diversas ocasiões acabar com a guerra na Ucrânia, falou várias vezes por telefone com o presidente russo nos últimos meses, mas não se reuniu com ele desde que retornou à Casa Branca em janeiro.

Será, portanto, o primeiro encontro presencial entre ambos desde junho de 2019, durante o primeiro mandato do republicano (2017-2021).

— "Troca de territórios" —

"Haverá alguma troca de territórios para benefício de ambos" em caso de um futuro acordo entre Rússia e Ucrânia, disse Trump a jornalistas na Casa Branca pouco antes, durante uma cúpula com os líderes da Armênia e do Azerbaijão.

Ele não deu detalhes. "Falamos de um território onde os combates já duram mais de três anos e meio (...) é complicado, não é nada fácil, mas vamos recuperar parte dele", afirmou.

Moscou exige que a Ucrânia ceda quatro oblasts (regiões administrativas) parcialmente ocupados (Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson), além da Crimeia, anexada em 2014, e que renuncie ao recebimento de armas ocidentais e a qualquer adesão à Otan.

Essas exigências são inaceitáveis para Kiev, que pede a retirada das tropas russas de seu território e garantias de segurança ocidentais. Isso incluiria mais fornecimento de armas e o envio de um contingente europeu, o que a Rússia se opõe.

A Ucrânia também solicita, em coordenação com seus aliados europeus, um cessar-fogo de 30 dias, que Moscou rejeita.

Putin conversou por telefone nesta sexta-feira com o presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.

Essas chamadas ocorreram no dia em que expirava o ultimato dado à Rússia na semana passada por Trump, para avançar nas negociações com a Ucrânia, sob a ameaça de novas sanções dos Estados Unidos.

O último ciclo de negociações diretas entre os dois beligerantes, em Istambul, em julho, resultou apenas na troca de prisioneiros e restos mortais de soldados.

Em uma tentativa de avançar nas negociações, o enviado americano Steve Witkoff foi recebido no Kremlin por Putin.

Isso representou uma aceleração diplomática que culminou na quinta-feira com o anúncio da Rússia de um "acordo de princípio" para uma reunião entre os mandatários dos Estados Unidos e da Rússia.

— Não há "soluções simples" —

"A China se alegra em ver que Rússia e Estados Unidos mantêm contato, melhoram suas relações e promovem uma solução política para a crise ucraniana", declarou Xi Jinping ao seu homólogo russo, segundo a agência oficial de notícias Xinhua.

O presidente chinês "ressaltou que assuntos complexos não têm soluções simples" e acrescentou que "a China sempre apoiará (...) a paz e a promoção das negociações", detalhou a televisão pública CCTV.

Por sua vez, o premiê indiano, Narendra Modi, declarou que manteve uma "boa" conversa com seu "amigo" Putin.

Washington ameaçou impor tarifas colossais a países que comercializem com a Rússia, como Índia e China.

Mas, questionado na quinta-feira se manteria ou não seu ultimato à Rússia, Trump respondeu: "Isso dependerá de Putin, vamos ver o que ele diz".

Enquanto isso, o Exército russo continua seus bombardeios na Ucrânia e os ataques na linha de frente, onde seus soldados são mais numerosos e estão melhor equipados.

P.Romano--GdR