

Tribunal dos EUA suspende deportação de centenas de menores da Guatemala
Um tribunal federal dos Estados Unidos suspendeu a deportação de mais de 600 menores da Guatemala desacompanhados, em um novo golpe para a política antiimigratória do governo Donald Trump.
Os menores seriam devolvidos ao seu país sob um acordo assinado entre os Estados Unidos e a Guatemala, destaca um documento judicial. Mas uma juíza do Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito de Columbia impediu temporariamente sua deportação, após um recurso apresentado hoje pelo grupo de defesa dos imigrantes National Immigration Law Center (NILC).
A juíza suspendeu "por 14 dias a transferência, repatriação, realocação e o transporte" desses menores, representados pelo NILC em uma ação civil coletiva contra a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem.
A ONG acusou o governo Trump de "arrancar crianças vulneráveis e assustadas de suas camas e tentar colocá-las novamente em risco" ao enviá-las de volta para a Guatemala. "Nos reconforta que o tribunal tenha evitado essa injustiça antes de centenas de crianças sofrerem danos irreparáveis", disse seu vice-presidente, Efrén Olivares.
As crianças imigrantes que estão sem tutor legal nos Estados Unidos se encontram em abrigos de uma agência do governo. Segundo a legislação federal, o governo deve permitir a elas acesso a assistência jurídica, e não submetê-las a uma deportação acelerada, "exceto em circunstâncias limitadas, que não se aplicam" nesse caso, ressaltou o NILC.
O grupo também destacou que a maioria dos menores guatemaltecos que estão sob custódia de autoridades nos Estados Unidos são indígenas, e muitos não falam nem inglês nem espanhol, o que aumenta a sua vulnerabilidade.
A decisão do tribunal federal de Washington, embora provisória e sujeita a recurso, representa um novo revés jurídico para a ofensiva do governo americano contra a imigração.
A.Sala--GdR