Giornale Roma - Tudo pronto para conclave que elegerá sucessor de Francisco

Tudo pronto para conclave que elegerá sucessor de Francisco

Tudo pronto para conclave que elegerá sucessor de Francisco

Os cardeais que escolherão o sucessor do papa Francisco começaram a se instalar no Vaticano nesta terça-feira (6), onde grandes mesas e cadeiras já foram posicionadas na majestosa Capela Sistina, cenário do aguardado e crucial conclave.

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A identidade do futuro pontífice é a grande incógnita em um conclave que especialistas antecipam como aberto e sem favoritos claros, depois que o pontificado reformista do jesuíta argentino despertou um fervor popular e uma divisão dentro da Igreja.

"Que não seja muito fechado, pelo contrário, que apoie a nossa juventude que vem com valores que talvez sejam diferentes dos nossos", declarou à AFP a turista mexicana Verónica de García.

"Há vários perfis, muitas personalidades que poderiam ser escolhidas. Eu diria que pelo menos cinco ou seis", declarou o cardeal e arcebispo de Argel, Jean-Paul Vesco, ao jornal italiano Corriere della Sera.

"Mas não há nenhum que 'esmague' os outros, ninguém em que você possa pensar: será ele", acrescentou.

- Dois dias -

O conclave começará oficialmente na quarta-feira (7).

Nesta terça-feira, o Vaticano divulgou imagens da Capela Sistina que mostram como será a solenidade: várias fileiras de mesas decoradas com tecido marrom e vermelho, nas quais aparecem os nomes dos cardeais.

A partir das 15h00 (10h00 de Brasília) de 7 de maio, os sinais de telefonia serão cortados no interior do Vaticano para isolar os cardeais de influências externas.

Durante o conclave, os "príncipes da Igreja" devem permanecer sem telefone, sem acesso à internet ou a meios de comunicação, e conservar o sigilo sobre tudo que diz respeito à eleição do novo sumo pontífice.

Na vizinha praça de São Pedro, milhares de pessoas permanecerão com os olhares voltados para a chaminé instalada no teto da Capela Sistina à espera de vislumbrar a fumaça branca, primeiro sinal da eleição do 267º papa.

As eleições de Bento XVI em 2005 e a de Francisco em 2013 levaram dois dias. Mas alguns analistas acreditam em um processo mais longo em 2025, em particular por ser o conclave mais internacional da História, com cardeais procedentes de 70 países.

- Sigilo -

O número elevado de cardeais fez com que a residência de Santa Marta, onde eles costumam se hospedar desde o conclave de 2005, ficasse pequena: um edifício vizinho, que geralmente abriga funcionários do Vaticano, foi habilitado para o momento histórico.

Antes de 2005, os cardeais se hospedavam em quartos improvisados no Palácio Apostólico, mais desconfortáveis e com poucos banheiros, razão que motivou o papa João Paulo II a determinar a construção da atual residência.

Santa Marta, onde Francisco decidiu morar, dispõe de quartos com banheiro privado e serviços similares aos de um hotel. A distribuição dos quartos entre os cardeais foi definida por sorteio.

Os purpurados podem chegar ao local entre esta terça-feira e a missa de quarta-feira na basílica de São Pedro que precede o conclave. Eles devem manter seus celulares bem guardados.

Os funcionários que prestarão apoio durante a eleição - médicos, ascensoristas, trabalhadores do refeitório e dos serviços de limpeza, entre outros - também juraram na segunda-feira manter sigilo sobre o que acontecerá, sob pena de excomunhão.

- Prioridades -

Nesta terça-feira, os cardeais organizaram a última reunião preparatória, encontros realizados quase diariamente desde o falecimento de Jorge Mario Bergoglio em 21 de abril. Nestas congregações, eles abordam várias questões sobre a Igreja.

Ao final, os cardeais fizeram um apelo à paz "na Ucrânia, Oriente Médio e muitas outras regiões do mundo", em uma declaração escrita. Na véspera de sua morte, Francisco fez um último apelo para pedir o fim dos conflitos.

Nas reuniões, os cardeais também conversaram sobre as finanças do Vaticano, o escândalo das agressões sexuais, a unidade da Igreja e o perfil do próximo papa. Muitos cardeais aproveitaram para se conhecer.

 

As discussões também alimentam sua reflexão a respeito do voto final na Capela Sistina, diante do afresco do Juízo Final pintado por Michelangelo no século XVI e a portas fechadas.

E.Barbieri--GdR